Alcides deseja
Virgínia, que é casada com Honorato e é mãe de Noel, que é amigo de Fernanda e
trabalha na loja de Teotônio, que é marido de Dona Dodó e tem um caso
extra-conjugal com Cacilda, que se relaciona também com o jovem Pedrinho, irmão
de Fernanda.
A teia acima é
apenas um exemplo das tramas de Caminhos Cruzados, romance de Erico Verissimo cuja
história se passa na provincial Porto Alegre dos anos 1930 durante cinco dias.
Uma característica marcante – que Erico adotou após traduzir Point Counter
Point (Contraponto), de Aldous Huxley – é a ausência de um personagem
principal: são mais de vinte personagens, todos protagonistas.
A leitura flui tão
logo leitor compreende as relações entre os personagens: quem é parente de
quem; quem é amigo/inimigo de quem; quem deseja quem. Ao longo da narrativa, os
mais variados temas vão surgindo: o adultério, a passagem da adolescência para
a vida adulta, a hipocrisia, a miséria, a homossexualidade, a cobiça, o
desemprego, a inveja, a desigualdade social, a vaidade.
A edição da Companhia
das Letras tem apresentação de Antonio Candido e prefácio de Moacyr Scliar.
Personagens:
Coronel José Maria
Pedrosa e Dona Maria Luísa têm dois filhos: Chinita e Manuel
Teotônio Leitão
Leiria e Dona Dodó têm uma filha: Vera
Dona Eudóxia têm
dois filhos: Fernanda e Pedrinho
Honorato e Virgínia
têm um filho: Noel
João Benévolo e
Laurentina têm um filho: Napoleão
Maximiliano e sua
esposa têm dois filhos: Bidinho e Pidoca
Clarimundo Roxo
(professor)
Salustiano Rosa
(namorado de Chinita)
Cacilda
(prostituta)
Nanette Thibault
(prostituta)
Viúva Mendonça
(locadora de imóveis)
Ponciano
(pretendente de Laurentina)
Dr. Armênio
Albuquerque (pretendente de Vera)
Alcides
(pretendente de Virgínia)
Monsenhor Gross
(arcebispo)
Fiorello
(sapateiro)